A forma como é produzido e as qualidades ambientais do etanol, especialmente sua capacidade de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, vão possibilitar a monetização desses benefícios e garantir resultado financeiro adicional para as usinas de cana. A Dedini Indústrias de Base projetou uma usina que otimiza o atendimento dessas exigências, previstas na nova Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, já transformado na lei nº 13.576/2017.
A USD (Usina Sustentável Dedini) é tema da palestra que o engenheiro José Luiz Olivério, consultor da Dedini, profere no dia 26 de julho, durante o III Workshop Internacional sobre a Cadeia Sucroenergética.
Organizado pela Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), University of Georgia (UGA-USA), Sugar Processing Research Institute (SPRI-USA), University of Washington, Parque Tecnológico de Piracicaba e Instituto Brasileiro de Bioenergia e Agronegócios, o evento será realizado nas dependências do Parque Tecnológico de Piracicaba.
“Sempre atenta às novas tendências, a Dedini utilizou um novo enfoque para o projeto de novas usinas: a sustentabilidade nos seus três pilares. A USD foi apresentada pela primeira vez no Ethanol Summit 2009, da Unica (União da Agroindústria Canavieira). Desde então, a Usina Sustentável Dedini se aperfeiçoa e incorporou, mais recentemente, novas tecnologias”, diz Olivério.
Para ele, o impacto financeiro do RenovaBio se fará nas usinas atuais e futuras, devido ao compromisso que o Brasil assumiu em 2015, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), realizada em Paris, de reduzir em 43% as emissões de gás de efeito estufa até 2030, tomando como referência o ano de 2005.
O cumprimento desse compromisso, segundo o especialista, vai determinar o aumento da produção de etanol da ordem de 20 bilhões de litros por ano, demandando o equivalente à instalação de cerca de 100 novas usinas com capacidade para 2,4 milhões de toneladas por safra. A expansão do setor acontecerá pela necessidade de o Brasil elevar a sustentabilidade ambiental, reduzindo as emissões.
“Como cada usina será avaliada individualmente, quanto à capacidade especifica de reduzir as emissões, por meio do etanol que produz, haverá a introdução de novas soluções, novos equipamentos e processos que possibilitem esse objetivo, bem como o estímulo ao desenvolvimento de tecnologias e inovações mais sustentáveis”, projeta.
Nesse sentido, Olivério entende que o RenovaBio, na sua configuração atual, será só o primeiro passo para a maior sustentabilidade. Ele acredita que, no futuro, outros aspectos ambientais serão reconhecidos e mandatórios, como a redução dos efluentes, dos resíduos e do consumo de água, sem prejuízo à biodiversidade. Adicionalmente, outros aspectos da sustentabilidade serão considerados, como o social. A USD já incorpora soluções nessa direção desde a sua concepção inicial.
USINA DEDINI
Olivério informa que a USD produz seis bioprodutos e se baseia em dois conceitos: otimização e conceito zero. O resultado é que a USD utiliza a mínima quantidade de matérias-primas e insumos, para obter o máximo de produtos.
Ao mesmo tempo, não gera resíduos e efluentes, não compromete e não polui o ambiente e não consome água de mananciais, mas produz um excedente: a bioágua.
Como resultado final, o etanol produzido na Usina Sustentável Dedini possui maior poder de mitigação de gás de efeito estufa, do que o etanol produzido em usinas tradicionais, gerando maior quantia de CBIOs, os Créditos de Descarbonização por Biocombustíveis, um ativo financeiro.
“Por todos esses motivos, a conclusão é que a Usina Sustentável Dedini é o formato tecnológico mais adequado para ser utilizado na evolução do setor, que chegará com o RenovaBio. A USD é uma usina RenovaBio”, define Olivério.
Crédito da foto do engenheiro José Luiz Olivério: Toda Mídia Comunicação
